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As tintas mais exóticas do mundo

As tintas mais exóticas do mundo eram corantes utilizados de varias maneiras. Em roupas, acessórios, alimentos e decoração. A maioria dos corantes naturais são de origem vegetal, mas as tintas exóticas tinham ingredientes especiais, tão raros que uma grama valia uma pequena fortuna.

Púrpura do Tyrian

A tinta púrpura, extremamente rara, era usada na antiga Grécia e Roma para tingir togas e seu uso era um simbolo de riqueza. O corante era feito do liquido secretado por um molusco encontrado na costa do mediterrâneo e atlântico europeu. Para se obter 1,4 gramas era necessário doze mil animais pois só se conseguia retirar uma gota de cada um.  Na Idade Média esta tinta era utilizada em manuscritos de ordem religiosa e em alguns decretos reais. Somente em 1856 deixou de ser usado, sendo substituído pelo malte de pigmento do alcatrão de carvão, uma opção muito mais barata.

Marrom Múmia

Esta tinta, um tanto macabra, foi utilizada do século XV ao século XIX e fez da exportação de múmias um negócio lucrativo. O Pigmento betuminoso das múmias humanas e de animais, principalmente gatos, era obtido através dos corpos triturados até se tornarem um pó muito fino. Este pó tinha um tom específico de marrom muito cobiçado por artistas da época e, teoricamente, usado por grandes mestres como Rembrandt e Ticiano. Artistas da corte espanhola como Juan Pantoja de La Cruz e Diego Velázquez afirmam terem usado este pigmento em suas telas. O Marrom múmia só parou de ser comercializado quando o estoque de múmias para vender terminou. O pó também foi usado como remédio no século XVI e parecia curar de dor de dente à disenteria.

Vermelho Cochonilha

Este corante vem de um inseto semelhante aos pulgões que se alimentam de plantas suculentas. A Cochonilha para se defender de seus predadores como a Joaninha, produz ácido carmínico, que retirado de seu corpo e ovos produz o corante vermelho muito usado em alimentos, batons, tecidos e medicamentos. A tinta já era extraída da cochonilha desde a antiguidade. Os Maias e os Astecas tingiam suas roupas ritualísticas  com este corante.

No século XX com a concorrência das tintas industriais, o corante natural quase deixo de ser produzido. Porém nos últimos anos a produção foi retomada pois o ácido carmínico não é tóxico nem cancerígeno como os corantes artificiais. Algumas pessoas podem ter reações alérgicas ao corante natural, mas a parcela é muito pequena. A grande discussão está no fato de se matar milhões de animais para se obter algumas gramas de tinta.

Azul Ultramarino

O Azul Ultramarino foi usado por Sandro Botticelli em 1490 na sua obra chamada The Virgin and Child. Este pigmento era extraído do Lápis Lazúli, uma pedra semipreciosa, minerada no Afeganistão.Entretanto por ser muito difícil de se conseguir era mais valioso do que ouro e se tornou um ícone de status social da Idade Média na Europa. Esta tinta ainda é produzida e 5 gramas atualmente custa 360 US$.

Verde de Scheele

Criado em 1775 pelo farmacêutico suíço Carl Wilhelm Scheele, a tinta continha arsênico e sulfato de cobre na composição. A sua fixação era perfeita e foi muito usada em roupas, acessórios e decoração de casas.Porém mulheres desmaiavam e morriam vitimas de envenenamento por arsênico nas roupas e chapéus. Napoleão Bonaparte, durante o exílio, teria ficado num quarto com as paredes pintadas de verde, sua cor favorita e também a possível causa de sua morte.

 

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As tintas mais exóticas do mundo

Por fim elas podem ser raras, estranhas ou mortais, mas as tintas mais exóticas do mundo, ou algumas delas, ainda tem seu lugar no mundo de hoje. Entretanto o seu papel mudou um pouco, se antes tinha a função de deslumbrar com seus tons, hoje tem objetivo de reduzir a poluição e o impacto ambiental dos corantes sintéticos.

 

 

Créditos da imagem: pxhere

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