Mononucleose a doença do beijo no Carnaval 2020
A mononucleose, a doença do beijo no carnaval é um risco iminente. De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a mononucleose é uma doença infecciosa transmitida pelo contato com secreções orais, ou seja, a saliva.
Causada pelo vÃrus Epstein-Barr, da famÃlia do vÃrus do herpes, raramente é transmitida por outras vias como transfusão sanguÃnea ou relação Ãntima, visto que, a principal via de transmissão é a saliva presente na orofaringe, isto é, região da lÃngua, amÃgdalas e garganta. Mas compartilhar copos ,talheres e canudos é arriscado pois são vetores de contaminação.
A Mononucleose a Doença do Beijo no Carnaval
Os Cientistas por Trás da História do VÃrus
O vÃrus Epstein–Barr também chamado herpesvÃrus humano 4, adquiriu seu nome em homenagem a Michael Anthony Epstein, professor emérito da Universidade de Bristol em 1961.
Além disso, um patologista especializado no uso do microscópio eletrônico e, juntamente, com Yvonne Barr zoologista graduada com honra pela Universidade de Londres em virologia e patologia,em 1966. Descobriram e documentaram o vÃrus pela primeira vez, ao mesmo tempo que relacionaram a presença do patógeno a certos tipos de câncer.
Grupos de Risco
Inegavelmente o Ãndice maior de contaminação por mononucleose acontece em jovens entre 15 e 30 anos numa idade onde as pessoas estão mais propensas ao comportamento de risco. Por exemplo as comemorações de carnaval, perÃodo em que todos estão festejando e esquecem de ter certos cuidados como não compartilhar copos, canudos e mesmo talheres.
Além disso existem os romances de carnaval e a infecção ocorre pelo contato com a saliva contaminada, geralmente, durante o beijo. Por isso a Mononucleose ganhou o apelido de Doença do Beijo.
Crianças na faixa de 1 a 5 anos raramente são infectadas pois ainda estão com uma carga de anticorpos alta transmitida passivamente da mãe para o filho. Além disso, não frequentam grupos de risco.
O perÃodo de incubação inicia no dia do contagio até o aparecimento dos primeiros sintomas, abrangendo um perÃodo entre 30 e 45 dias, enquanto o perÃodo de transmissão pode durar 1 ano ou mais.
Manifestações Clinicas
Entretanto a maioria das pessoas que se infectam pelo Epstein-Barr vÃrus não sabem disso pois não desenvolvem a doença, ou seja existem infectados que são assintomáticos ou que não apresentam sintomas. Mas aqueles que sentem as manifestações clinicas costumam ter os sintomas confundidos com gripe devido ao que se sente quando a doença se manifesta.
Enfim os sintomas mais comuns são dor de garganta,tosse, fadiga, febre e aumento no volume dos gânglios no pescoço e em outras partes do corpo como axilas e do crescimento do baço.
Além disso, a infecção é acompanhada de vermelhidão no corpo ou seja de erupções cutâneas, que se intensificam quando o paciente usa alguns tipos de antibióticos, como os do mesmo grupo da ampicilina e da amoxilina, imaginando-se tratar de um quadro de faringite bacteriana.
Mas as lesões na faringe com as placas brancas e pus também lembram as lesões de uma infecção por candidÃase e da difteria.
Sinal de Hoagland
Frenquentemente é observado o aparecimento do sinal de Hoagland. Este também é um sintoma importante da mononucleose por ser uma caracterÃstica que auxilia na diferenciação entre uma gripe com amigdalite e a doença do beijo.
Então, neste caso as pálpebras superiores ficam inchadas dando ao doente a aparência de um individuo de descendência quase oriental, com os olhos bem fechados e puxados. Esse sintoma foi descrito pelo coronel Hoagland que o identificou em uma das bases nos recrutas militares dos Estados Unidos.
Entretanto se o doente sintomático obtiver as orientações e tratamento adequados, raramente a doença evolui para algo grave, mas não significa que isto não ocorra.
Casos Graves da Doença do Beijo
Antes de mais nada, a mononucleose pode provocar inflamações em outros órgãos como o coração,o pâncreas e a pleura. Ao mesmo tempo em que causa danos no fÃgado gerando o aparecimento de icterÃcia.
Além disso nos casos raros é a responsável pelo rompimento do baço, pois este apresenta um tamanho maior do que o normal na fase aguda da infecção. A doença do beijo também está associada ao desenvolvimento de neoplasias especificas como o linfoma de Burkitt, a doença de Hodgkin e o câncer de nasofaringe, em virtude de sua capacidade de alterar o comportamento celular, fazendo com que estas células não parem de se replicar.
Ao mesmo tempo há evidências de que a infecção com o vÃrus da mononucleose está ligado com um maior risco de certas doenças autoimunes, em especial a dermatomiosite, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, sÃndrome de Sjögren e esclerose múltipla.
Desordens na Agregação da ProteÃna Alfa-sinucleÃna
O vÃrus do Epstein–Barr também tem sido relacionado em desordens relacionadas com a agregação da proteÃna alfa-sinucleÃna, importante para o sistema nervoso central. Entretanto a acumulação desta proteÃna dentro da células nervosas na forma de agregados filamentosos é uma das caracterÃsticas patológicas das doenças neurodegenerativas definidas como sinucleinopatias.
Principalmente a doença de Parkinson, pois a proteÃna alfa-sinucleÃna na forma de filamentos fibrosos é a principal componente dos corpos de Lewy, inclusões proteicas, presentes na doença degenerativa.
A SÃndrome de Parkinson é uma doença irreversÃvel e progressiva que afeta as funções motoras. As mãos se tornam cada vez mais tremulas e sem forças a medida que a doença avança pelo sistema nervoso central. A mononucleose pode afetar o sistema nervoso central desencadeando a sÃndrome entre outras como a Esclerose Múltipla, ambas irreversÃveis.
Tratamento
Ainda que o individuo com mononucleose raramente tenha complicações e a grande maioria dos pacientes sejam assintomáticas, a verdade é que não existem medicamentos​ especÃficos contra a mononucleose.
Entretanto os cuidados para quem desenvolve a doença são principalmente repouso para evitar o rompimento do baço, que incha muito na faze aguda da doença, e hidratação constantes.
Contudo, certos medicamentos como analgésicos para alÃvio da dor, antiinflamatórios para a infecção na garganta e corticoides podem ser usados sob orientação médica após um diagnóstico correto de doença do Beijo, pois sabe-se que o uso de certos antibióticos podem agravar o estado de saúde, caso o diagnóstico seja incorreto devido aos sintomas comuns á uma faringite.
Dessa forma, o doente sintomático pode se recuperar em algumas semanas. Porém uma pequena parcela de doentes necessita de alguns meses para se restabelecer por completo e restaurar a saúde anterior à enfermidade. As pessoas que já tiveram mononucleose ficam imunes à doença.
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Doenças Transmitidas Pela Saliva
Contudo vale lembrar que não é só a mononucleose que pode ser chamada de doença do beijo, pois existem outras doenças transmitidas pela saliva. Com o intuito de alerta podemos citar o CitomegalovÃrus, Herpes, SÃfilis e Caxumba.
Estes apresentam riscos, de certa forma,maiores do que a mononucleose pois são transmitidos não só pela saliva através do beijo ou do compartilhamento de copos, canudos e talheres.
Mas também através de através de tosse, espirros, fala e saliva; da gestante para o bebê ou através do leite materno; da relação intima sem proteção e através de transfusão sanguÃnea.
Além disso, pessoas com um quadro de saúde com imunodeficiência, por exemplo os portadores do vÃrus HIV e mesmo os recém recuperados de tratamentos com rádio terapia e quimioterapia são particularmente vulneráveis.
Com toda a certeza vale a pena comemorar o Carnaval e ser feliz, porém sem esquecer de evitar certas atitudes como compartilhas copos e canudos e ter relações sem proteção.
Crédito da imagem: pxhere