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Entre a História e a Lenda:O sinistro Ritual do Hitobashira no Castelo Maruoka

Hitobashira a lenda criada a partir de fatos reais. Acredita-se que esse ritual era uma oferenda aos deuses para garantir a estabilidade e a resistência contra desastres naturais em construções como castelos, diques e pontes. Venha descobrir mais sobre a lenda dos hitobashira.

A Misteriosa Lenda do Hitobashira no Castelo Maruoka

castle in maruoka fukui
Castelo Maruoka by wikipedia

O Castelo Maruoka, uma das construções mais antigas do Japão erguida em 1576, localizado em Sakai, província de Fukui, é envolto em mistérios ligados ao hitobashira.

Aliás a história sugere que o castelo foi mantido em pé graças ao poder desse ritual, embora sua prática real ou sua natureza lendária ainda permaneçam sombrias.

Porém segundo os moradores mais antigos, os constantes desmoronamentos do muro durante a construção levaram os construtores a recorrerem a esse sacrifício para apaziguar os deuses.

A História de O-shizu: A Hitobashira do Castelo Maruoka

A lenda conta que uma mulher chamada O-shizu, uma simples camponesa que possuía apenas um olho, foi escolhida como a hitobashira para o Castelo Maruoka, mas com a condição de que seu filho pudesse se tornar um samurai.

Então ritual foi realizado, e O-shizu foi enterrada sob o pilar central do castelo. E curiosamente, após esse evento, o castelo foi concluído sem mais desabamentos, mantendo-se de pé até hoje, com a torre central sendo o local onde a lenda do hitobashira teria iniciado.

Entretanto devido a promessa não ter sido cumprida para a pobre O-shizu, afinal seu filho nunca se tornou um samurai por Shibata Katsutoyo como ela pediu,o fosso da contrução ficava inundado toda as vezes que as grandes chuvas da estação da primavera, as lágrimas de O-shizu, chegavam à província de Fukui.

Então os moradores locais mais antigos contavam que a inundação era enviada pela senhora de um olho só e por isso os senhores do castelo, na época, ergueram um túmulo para acalmar seu espirito.

Além disso um poema é ensinado de geração em geração em seu nome e cantado até hoje em Sakai:”A chuva que cai quando chega a estação do corte de algas é a chuva que lembra as lágrimas da tristeza da pobre O-shizu.”

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Hitobashira: Um Ritual Real de Sacrifício Humano

Hyogo chikuto hitobashira
imagem by commons.wikimedia Hyõgo Chikutõ

O hitobashira, traduzido como “pilar humano”, foi uma prática assustadora e real do sacrifício humano no Japão antigo.

Aliás, segundo as histórias e lendas, alguns indivíduos eram enterrados vivos enquanto outros apenas seus restos mortais eram adicionados em construções importantes como pontes, castelos e túmulos.

Em suma esse ato era parte de uma crença religiosa e cultural, uma oração aos deuses para proteger as construções contra desastres naturais e ataques inimigos.

O Impacto Duradouro do Hitobashira na História Japonesa

Embora o hitobashira seja agora uma lenda triste e temida, sua prática remonta a um período onde mitos e religiosidade se entrelaçavam.

Por isso acreditava-se que essa prática crucial garantia a segurança da população e seus senhores contra os desafios da época, principalmente eventos da natureza como enchentes, terremotos e incêndios, tanto quanto das inúmeras guerras existentes no período.

Agora, de acordo com o pesquisadores os sacrifícios humanos teriam iniciado durante a construção dos Kofun, ou seja, tumbas aristocráticas megaliticas.

E tornaram-se tradição em várias partes do Japão ao ponto de possuirem formas diversas, porém a mais conhecida é o kofun com o formato de fechadura dedicada ao imperador do Japão Nintoku, feita no século V e localizada em Sakai.

O Hitobashira e Suas Implicações Sociais Hoje

Entretanto, embora o antigo costume do hitobashira tenha se tornado uma lenda que causa tristeza e medo em muitos japoneses, é fato que, atualmente, não se pratica hitobashira nas construções.

Porém, infelizmente, ainda existem pessoas trabalhando em situações insustentáveis, por isso também se chama hitobashira aos trabalhadores soterrados vivos que precisam trabalhar em condições sub-humanas para não morrer de fome, principalmente nas obras dos tuneis. E você conhecia os Hitobashiras?

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