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O Coronavírus será a nova gripe espanhola?

Credit: Photo by Matteo Biatta/Sintesi/SIPA/Shutterstock (10579360g) Covid-19 virus epidemic. Coronavirus Emergency. Checkpoint and triage point at Civile Hospital. Coronavirus outbreak, Brescia, Italy - 09 Mar 2020

O Coronavírus será a nova Gripe Espanhola? A pandemia é uma epidemia causada por uma doença infecciosa que abrange um país, um continente ou mesmo o planeta. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma pandemia pode começar quando se reúnem três condições principais, ou  seja, o aparecimento de uma nova doença à população; o agente infecta humanos, causando uma doença grave e o patógeno se espalha fácil e sustentavelmente entre a população.Porém para uma doença ser considerada uma pandemia não basta ter um alto índice de mortandade humana ou estar ocorrendo em vário locais ao mesmo tempo. Mas ela precisa ser de caráter infeccioso. Por Exemplo o câncer, doença que mata muitas pessoas e acontece em todo o mundo. Aliás a população mundial já sobreviveu a várias pandemias ao longo da história e ainda vivem. Por exemplo o Covid 19 e a Gripe Espanhola

As Duas pandemias da História de Ontem e de Hoje

Gripe Espanhola 1918 a 1919

Causado por um vírus nada desconhecido o Influenza H1N1, a Gripe espanhola foi considerada o holocausto médico em 1918 até 1919, durante a primeira guerra mundial. Aliás o número de vítimas varia entre 50 e 100 milhões de pessoas no mundo todo, Matando mais do que a primeira e a segunda guerra juntas.
Entretanto, apesar do nome, a doença não teve origem na Espanha, mas o país divulgava todos os casos da doença e o número de mortos numa tentativa de alertar a população. Assim a imprensa espanhola divulgava “o terror causado pelos 8 milhões de infectados pela ‘fiebre de los tres días’ , que atingiu até o rei Alfonso 13”.

Porém os demais países estavam fazendo o oposto, no intuito de não causar panico, principalmente entre os soldados que estavam lutando na primeira guerra e assim não baixar o ânimo das tropas.
Entretanto no Brasil, quando a gripe chegou, foram cerca de 35 mil mortes, entre eles o do presidente da república da época, Rodrigues Alves.

Aliás o contágio ocorre como em qualquer gripe, através da propagação pelo ar por meio de gotículas de saliva e espirros, além de superfícies sujas ou contaminadas por secreções e, se colocar as mãos infetadas nos olhos ou boca.

Contudo, o influenza H1n1 que assolou o mundo nos anos de 1918 a 1919 causava reações muito peculiares, pois começava com sinais de gripe comum, mas em poucas horas os sintomas evoluíam e os doentes sangravam pelo nariz, ouvidos, olhos e parecia infectar massivamente as células pulmonares, assim as pessoas ficavam com os lábios e pele azuis devido a insuficiência respiratória. Houveram casos de doentes se sentirem mal pela manhã e falecerem subitamente a tarde.

Inegavelmente, outra peculiaridade da gripe espanhola foi com relação as suas vítimas, a maioria adultos jovens, fortes e saudáveis e não o grupo teoricamente mais suscetível como crianças e idosos. Em contrapartida nos anos de 1918 e 1919 ainda não haviam antibióticos capazes de tratar as infecções secundárias à gripe como pneumonia e bronquites o que elevou as taxas de mortalidade.

Surpreendentemente da mesma forma como surgiu o vírus foi embora e as explicação mais provável é devido a grande parte das pessoas sobreviventes terem criado anticorpos, além disso, o vírus pode ter sofrido mutações que o tornaram mais ameno, isso porque o influenza tem uma característica única, ele é capaz de recombinar suas proteínas com as de outros vírus tipo influenza, ou seja, se dois vírus da gripe diferentes infectam a mesma célula, lá dentro eles podem dar origem a um vírus novo. Por exemplo, da junção de um H5N1 com um H3N2, pode nascer um H5N2.

Essa peculiaridade, somada às mutações frequentes que um vírus sofre, explica por que nossas defesas imunológicas tem dificuldade para reconhecer um agente patogênico gripal novo.

Coronavírus ou Covid-19

Assim como o influenza, o Coronavírus ou Covid-19 também causa doenças respiratórias que variam de brandas a moderadas com curta duração, ou seja, possui sintomas da gripe comum. Primordialmente os tipos de coronavírus mais comuns que infectam seres humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Todavia a maioria das pessoas se infectam com os coronavírus comuns durante o período de vida, sendo as crianças pequenas mais propensas e os sintomas são tosse, dor e garganta, febre e coriza, sendo o tratamento o mesmo da gripe e a recuperação é total, geralmente, sem sequelas subsequentes.

Contudo esses vírus do tipo comum podem causar infecção das vias respiratórias inferiores, como a pneumonia, mas esse agravamento é mais comum em pessoas idosas e, ou, com doenças cardiopulmonares e com sistema imunológico comprometido.
Entretanto foi descoberto e isolado cepas da família do coronavírus que podem causar síndromes respiratórias graves. Ou seja a síndrome respiratória aguda grave conhecida pela sigla SARS-cov da síndrome em inglês “Severe Acute Respiratory Syndrome, que infectou 8.000.00 pessoas causando quase mil mortes em 2002.

Além disso, em 2012, foi isolado outro novo coronavírus, distinto daquele que causou a SARS no começo da década passada. Aliás, esta nova cepa do coronavírus era totalmente desconhecido como agente patológico para os humanos até sua identificação na Arábia Saudita e, posteriormente, em outros países. O MERS-CoV como foi nomeado coronavírus associado à MERS.
O MERS-CoV, assim como o SARS-CoV, causam infecções graves e podem contaminar pessoas e animais. Porém os sintomas sérios só acometem as pessoas, os animais são apenas reservatórios do vírus, ficando assintomáticos.
Antes de mais nada, é necessário observar o período de incubação do vírus até o surgimento dos sintomas do covid-19 é de 2 a 20 dias, por isso dentro deste prazo é preciso ficar atento e tomar certos cuidados como evitar aglomerações, lavar bem as mãos e se possível, em casos de dúvida se está transmitindo ou não a doença, usar mascaras e evitar contato com outras pessoas. Todavia a transmissão viral ocorre enquanto houverem os sintomas, mas também há a possibilidade de transmissão viral após o fim dos sintomas, sendo que a duração do período de transmissão é desconhecido para o SARS-CoV e o MERS-CoV.

Porém segundo a OMS, durante o período de incubação e em casos assintomáticos o infectado não transmite a doença. Além disso, de forma geral, ainda de acordo com a OMS a principal forma de transmissão dos coronavírus se dá por contato próximo de pessoa a pessoa e isto inclui agentes de saúde que tenham cuidado de doentes, familiares, amigos e colegas que tenham convivido com o infectado durante o período de transmissão.

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As Duas Pandemias e Seu Legado

A maioria dos doentes que morrem devido ao covid-19 estão na verdade sucumbindo a uma infecção secundária, a pneumonia, que ocorre quando o sistema imunológico está enfraquecido pelo combate ao novo coronavírus. Certamente este é um ponto em comum com a Gripe Espanhola de 1918 , pois também sobrecarregava o sistema imunológico rapidamente, causando uma reação imune exagerada conhecida como tempestade de citocinas, enchendo os pulmões de secreção e fluidos que o tornava um ambiente ideal para doenças secundarias oportunistas.
Entretanto na gripe espanhola eram os jovens saudáveis as maiores vitimas mas os idosos não foram muito afetados devido a serem sobreviventes de uma outra cepa de gripe, muito semelhante, que atacou as populações em 1830.

Porém, atualmente, Os idosos são os mais atingidos pela pneumonia causada pelo covid 19, seguido pelos portadores de doenças cardiopulmonares e pessoas com sistema imunológico comprometido antes de contrair o coronavírus.
Com efeito, as atuais medidas de contenção contra o Covid-19 na saúde publica e empregadas no mundo todo são o maior legado deixado pela gripe espanhola de 1918. A disseminação do novo vírus poderia ter sido muito maior e mais perigosa sem estas medidas para conter a disseminação.

 

Crédito de imagem: Matteo Biatta/Sintesi/SIPA/Shutterstock

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